quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tempo

Tempo.

Tempo.

Tempo.

Ledo, lépido, trôpego tempo. Onomatopéico tempo.

Cada vez mais, o ser humano se prende ao tempo, e se faz prender, tentando encontrar um meio, na ironia, de se livrar dele.

Tempo, tempo, tempo...

Relógios, celulares, leds, mostradores, dials. E, a cada vez, uma a uma, a sonoridade tão clássica de "tic tac"se converte em um som, só, rígido, intransitivo.

Eu odeio o tempo. Não acredito que exista, mas, mesmo assim, odeio. Para mim, o tempo nada mais é que uma mera convenção humana - mais uma convenção humana - para tentar medir o imensurável, e delimitar o ideal do indivisível.

Sendo direto, frescura. E mesmo assim, necessário.

O tempo, desmentido po Einstein, nada mais é que o porto seguro, a base, a fundação lançada por todo ser para que não caia na loucura de ruminar, dia-a-dia, a necessidade ansiosa de chegar ao objetivo do momento de cada um. É a orla, a murada, a defesa contra o abismo ilúcido.

E, neste meio, ele segue, não seguindo, em sua existência impossível, como um deus de Caeiro, em seu passo firme, e, na maioria das vezes, cruel:


-tempo, tempo, tempo, tempo, tempo...

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